#68 - Segurança no Manuseamento dos utentes

8 September 2021 Fisioterapia & Ensino
Aldina Lucena·Gabriela Colaço·Isabel Bastos de Almeida·Teresa Mimoso

Introdução e objetivos:

Na área da saúde, os fisioterapeutas são quem apresenta maior risco de sofrer lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho (LMERT). Na sua prática, continuam a utilizar técnicas que, muitas vezes, ultrapassam os limites de segurança recomendados. A literatura refere que uma prática mais ergonómica e equipamentos adequados se traduz na diminuição significativa das LMERT melhorando a segurança dos utentes. A formação é identificada como essencial, porém, parece haver diversidade nos currículos dos cursos base e na formação ao longo da vida. Este estudo enquadra-se no projeto internacional RENE tendo como objetivo caracterizar a formação específica dos fisioterapeutas, bem como a sua prática profissional relativamente ao manuseamento de utentes, à percepção de risco de lesão musculoesquelética e a sua capacidade para o trabalho.


Material e Métodos:

Questionário online enviado às IES com formação em fisioterapia, solicitando a participação de fisioterapeutas envolvidos na formação em contexto clínico. Resultados: Responderam 139 fisioterapeutas com idade média de 39,39 (±10,89), 66,9% do género feminino e 33,8% com mais de 21 anos de prática. 44,6% trabalham no setor público e 49,7% com utentes dependentes e muito dependentes. No último ano, 33,8% considera que se colocou em risco, 22,3% realizou atividades sem o equipamento recomendado e 7% reportou acidente relacionado com movimentação de doentes. Foi ainda reportado que a falta de equipamento já interferiu com os cuidados prestados (41%), ou com o conforto do doente (30,3%). 54,6% refere que o risco de LMERT é elevado e 84,2% considera ter capacidades físicas e mentais adequadas à atividade que desempenha. De relevar que 57,6% não fez qualquer formação nesta área após o curso base (1979 a 2019) e 59,5% considera que os decisores, em Portugal, dão pouca importância a este tema.


Conclusões:

A maioria dos fisioterapeutas considera que esta é uma atividade de elevado risco, contudo, na sua prática reconhecem que nem sempre utilizam o equipamento adequadamente, o que impacta a qualidade dos cuidados prestados. Parece confirmar-se a necessidade de atualizar a formação dos fisioterapeutas nesta área.

 

Aldina Lucena
Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Setúbal

Gabriela Colaço
Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Setúbal

Isabel Bastos de Almeida
Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Setúbal
CIIAS, Instituto Politécnico de Setúbal

Teresa Mimoso
Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Setúbal
CIIAS, Instituto Politécnico de Setúbal

Faça aqui o download do e-Poster completo
Download

Contacte com os autores

Patrocinadores Gold

Subscreva a nossa newsletter