#89 - Exercício Terapêutico nas Disfunções do Pavimento Pélvico – Revisão da Narrativa

26 October 2021 Fisioterapia em condições músculo-esqueléticas & Desporto
Joana Boa-Alma Pais·Rui Soles Gonçalves

Introdução e objetivos:

Os prolapsos dos órgãos pélvicos e a incontinência urinária e/ou fecal são categorizados como disfunções do pavimento pélvico (DPP). As DPP também incluem disfunções sensoriais e de esvaziamento do trato urinário inferior, alterações da função digestiva, disfunção sexual e várias síndromes de dor crónica. Muitas vezes, o menor sucesso no tratamento de pessoas com DPP deve-se à visão por compartimentos desta região anatómica pelos vários especialistas. Importa relembrar a base onde todas estas estruturas estão assentes: os músculos do pavimento pélvico (MPP). Os MPP podem ser alvo da intervenção do fisioterapeuta, nomeadamente com exercício terapêutico (ET). Este trabalho teve como objetivo resumir os principais resultados da investigação sobre utilização de ET nas DPP, quer em homens quer em mulheres.


Materiais e Métodos:

Foram incluídas as referências com ensaios clínicos, meta-análises e estudos randomizados controlados (RCT) que relacionassem as DPP e o ET. Os termos usados foram os seguintes: (exercise) AND (pelvic floor dysfunction) nas bases de dados como Medline, Embase, Cochrane and Web of Science de 2016 a 2020. Foi ainda incluindo uma revisão sistemática de 2013 cujos resultados mostram uma eficácia no treino dos MPP em disfunções urinárias.


Resultados:

Foram encontradas várias revisões sistemáticas com resultados significativos no treino dos MPP nas várias DPP. No entanto, mostram-nos uma abordagem individual da eficácia do ET nas DPP, não existindo nenhuma que abordasse as várias DPP. O fisioterapeuta tem à sua disposição várias intervenções eficazes para aumentar a força dos MPP: ensino da contração muscular para melhoria da consciência corporal; palpação vaginal; palpação no tendão perineal central; biofeedback; cone vaginal; exercícios hipopressivos; contração dos MPP associada à respiração diafragmática e coativação de músculos abdominais.Numa revisão sistemática de 2020, concluíram que o ET isolado (pilates, ginástica hipopressiva, yoga, etc), não traziam resultados significativos na melhoria nas várias DPP.


Conclusão:

O ET parece ser eficaz no controlo de sintomas das DPP quando é usada uma intervenção multimodal.

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