#121 - Relação entre a Fadiga e a Atividade Física na DPOC

31 October 2021 Fisioterapia em condições cardio-respiratórias
Ana Vieira·Diana Dias·Eunice Miguel·Telma Matos·Sofia Flora·Liliana Santos·Alda Marques·Cândida G. Silva·Joana Cruz

Introdução e Objetivos:

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) manifesta-se através da dispneia, tosse e expetoração. Porém, o 2º sintoma mais prevalente – a fadiga - é muitas vezes negligenciado e pode estar associado a uma menor capacidade para a prática de Atividade Física (AF). Assim, explorou-se a relação entre a fadiga e a AF na DPOC, e a influência de outros fatores na fadiga (objetivo secundário).


Material e Métodos:

Foi realizado um estudo transversal em pessoas com DPOC. Foram recolhidos dados de espirometria e dos instrumentos: Modified Medical Research Council (mMRC) para avaliar a dispneia; n.º de exacerbações no último ano; classificação GOLD e ABCD; Checklist of Individual Strength (CIS20) e a sua Dimensão Subjetiva de Fadiga (DSF); acelerómetro Actigraph GT3X para avaliar a AF (i.e., AF leve, AF Moderada-a-Vigorosa (AFMV), AF total e n.º de passos). Realizaram-se correlações de Spearman (ρ) e de Phi (ϕ) e regressões lineares.


Resultados:

A amostra incluiu 83 participantes (68±8 anos; 83% homens; 47±18 FEV1% previsto), em que 72% relatou presença de fadiga (DSF≥27) e apresentou uma média de 73±25 no score total do CIS20-P. Foi observada uma correlação negativa entre a fadiga e a AF (AFMV e CIS20-P: ρ=-0,29; AFMV e DSF: ρ=-0,28; passos/dia e CIS20-P: ρ=-0,30; passos/dia e DSF: ρ=-0,25) (p<0,05). Verificaram-se correlações positivas entre a fadiga e as exacerbações (CIS20-P: ρ=0,30; DSF: ρ=0,27), classificação ABCD (CIS20-P: ρ=0,43; DSF: ρ=0,38) e a dispneia (CIS20-P ρ=0,50; DSF: ρ=0,47) (p<0,05). A correlação entre ‘ter fadiga’ e a participação num programa de reabilitação respiratória, hábitos tabágicos e nível de dispneia (mMRC<2 vs. mMRC≥2) foi fraca (ϕ= 0,12, ϕ= 0,16, ϕ= 0,30, respetivamente). A dispneia revelou-se o maior preditor do CIS20-P e da DSF (ambos β=0,48, p<0,005).


Conclusões:

As pessoas com DPOC menos ativas apresentam maiores níveis de fadiga, embora a relação seja fraca. A dispneia parece ter a maior influência sobre a fadiga. São necessários mais estudos para explorar a relação entre a fadiga, a AF e outros fatores nesta população.


Palavras-chave:

Fadiga; Atividade Física; DPOC; CIS20; Acelerómetro

 

Ana Vieira
Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria (ESSLei)

Diana Dias
Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria (ESSLei)

Eunice Miguel
Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria (ESSLei)

Telma Matos
Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria (ESSLei)

Sofia Flora
Centro de Inovação em Tecnologias e Cuidados de Saúde (ciTechCare), Politécnico de Leiria, Leiria

Liliana Santos
Lab3R – Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória, Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (Lab3R-ESSUA), Aveiro

Alda Marques
Lab3R – Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória, Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (Lab3R-ESSUA), Aveiro
Instituto de Biomedicina (iBiMED), Universidade de Aveiro, Aveiro

Cândida G. Silva
Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria (ESSLei)
Centro de Inovação em Tecnologias e Cuidados de Saúde (ciTechCare), Politécnico de Leiria, Leiria
Centro de Química da Universidade de Coimbra, Coimbra

Joana Cruz
Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria (ESSLei)
Centro de Inovação em Tecnologias e Cuidados de Saúde (ciTechCare), Politécnico de Leiria, Leiria

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