#22 - Paralisia Idiopática do Nervo Cubital em Violinista Profissional

27 October 2021 Fisioterapia em condições músculo-esqueléticas & Desporto
Alexandre Coelho·André Ladeira·Alexandre Cardoso·Carla Martinho·Carla Vera-Cruz·Tânia Santos·Mª João Soares·Mª João Sousa·Marina Andresen·Rosa Tomé·Rosário Madeira

Introdução:

A compressão do nervo cubital é a segunda neuropatia mais comumente observada nos membros superiores. Sendo habitualmente diagnosticada no cotovelo, também pode ser observada ao nível do punho. A localização exata do local da compressão através de eletrodiagnóstico é habitualmente difícil. Normalmente resulta da compressão, estiramento e traumas repetidos devido a causa mecânica crónica.
Sendo a maioria dos músculos intrínsecos da mão inervados pelo nervo cubital, a perda de força muscular origina diminuição da destreza, da preensão global e da preensão fina da mão afetada. Os sinais mais importantes desta neuropatia são: parestesias do 4º e 5º dedo (D4 e D5), hipostesia da região palmar, atrofia e parestesias dos músculos enervados pelo nervo cubital, deformação dos dedos em flexão e atrofia das eminências tenar e hipotenar.

 

História:

Homem, 43 anos, violinista e compositor profissional. Sem antecedentes pessoais relevantes. Refere diminuição da sensibilidade da extremidade de D4 e D5 da mão esquerda e diminuição da força muscular (Grau 3) dos interósseos e lumbricóides de D4 e D5. Força de preensão global à esquerda (7kg) e à direita (25kg).
Escala de avaliação-Disability of the Arm Shoulder and Hand (DASH (73/100). Incapacidade para tocar violino.
Sem traumatismos associados, causa viral, vacinas ou consumo de drogas. Apresenta 5º dedo em garra. Hipoestesia de D4 e D5. Eletromiografia: Lesão focal do nervo cubital ao nível do cotovelo, de severidade moderada, em fase aguda e com diminuição da condução nervosa.

 

Material e Métodos:

Iniciou programa de reabilitação com utilização diária de tala de posicionamento, estimulação elétrica neuromuscular, mobilização ativa e assistida de D4 e D5, fortalecimento muscular dos interósseos e lumbricóides e treino de atividades da vida diária (AVD´s).

 

Resultados:

Sensibilidade normalizada em D4 e D5. Força muscular (Grau 4) dos interósseos e lumbricóides de D4 e D5. Força de preensão global à esquerda (17kg) e à direita (25kg). Escala de avaliação - DASH (35/100).
Toca violino em peças de fácil execução.

 

Discussão e Conclusões:

Não há protocolo de tratamento padrão universalmente aceite, com base em métodos clínicos, neurofisiológicos e de imagem para a paralisia do nervo cubital idiopática.
O exame eletrodiagnóstico é fundamental para confirmar o diagnóstico e a localização do local da compressão.
A compressão leve a moderada do nervo cubital, são comumente orientadas pela educação do paciente, incluindo modificações nas AVD´s e talas para impedir a flexão extrema do cotovelo. Pode-se especular que a profissão do utente enquanto violinista, tenha causado um trauma repetitivo no nervo cubital, sendo responsável pela sua paralisia.

 

Bibliografia:

Yıldırım, P., Yildirim, A., Misirlioglu, T. O., Evcili, G., Karahan, A. Y., & Gunduz, O. H. (2015). Recovery features in ulnar neuropathy at the elbow.Journal of Physical Therapy Science27(5), 1387–1389.
Halac, G., Topaloglu, P., Demir, S., Cıkrıkcıoglu, M. A., Karadeli, H. H., Ozcan, M. E., & Asil, T. (2015). Ulnar nerve entrapment neuropathy at the elbow: relationship between the electrophysiological findings and neuropathic pain. Journal of Physical Therapy Science27(7), 2213–2216.
Oliveira, R., Azevedo. A  (2020). O papel do fisioterapeuta no tratamento da compressão do nervo cubital ao nível do cotovelo. Cadernos de Ortopedia, 43 (2), 17-18.

 

Alexandre Coelho
André Ladeira
Alexandre Cardoso

Carla Martinho
Carla Vera-Cruz
Tânia Santos
Mª João Soares
Mª João Sousa
Marina Andresen
Rosa Tomé
Rosário Madeira
Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseco, EPE

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