#31 - Fiabilidade, erro de medição e validade do Inventário de Sensibilização Central em adolescentes com dor crónica musculoesquelética

28 October 2021 Fisioterapia em condições músculo-esqueléticas & Desporto
Rosa Andias·Anabela G. Silva

Enquadramento e Objetivos:

A dor crónica musculoesquelética é uma das principais queixas em idades jovens, afetando até 40% dos adolescentes. Em adultos, têm sido identificados diferentes fenótipos de dor, consoante sinais e sintomas presentes, geralmente classificados como dor nociceptiva, neuropática ou nociplástica, esta última associada a um componente de sensibilização central (SC). O Inventário Central de Sensibilização (ISC) surgiu como uma ferramenta prática usada na prática clínica para avaliar os sintomas associados à SC. Este estudo tem como objetivo avaliar a validade e fiabilidade do ISC em adolescentes com dor crónica musculoesquelética.


Métodos:

Diretrizes internacionais orientaram o processo de tradução e adaptação cultural do ISC. Todos os alunos do 10º, 11º e 12º anos de 4 escolas de ensino secundário foram convidados a entrar neste estudo (n=1730). Os adolescentes foram convidados a preencher um questionário online com os seguintes instrumentos: versão final do ISC, Questionário Nórdico Musculoesquelético, Escala Numérica de Dor, Escala de Depressão, Ansiedade e Stress para crianças, Escala de Catastrofização da dor, Escala Tampa de Cinesiofobia e a Escala Básica de Queixas de Insónia e Qualidade do Sono. Uma subamostra de 63 adolescentes com dor crónica musculoesquelética, preencheu o questionário duas vezes. A fiabilidade teste-reteste e o erro de medição, a consistência interna, o teste de hipóteses e a análise fatorial foram avaliadas.


Resultados:

O alfa de Cronbach foi de 0.91, o Coeficiente de Correlação Intraclasse foi de 0.94 (IC95%= 0.90; 0.96), o erro padrão da medida e a diferença mínima detetável foram de 4.15 e 11.50, respetivamente. Correlações razoáveis foram encontradas entre ISC e medo de movimento (rs=0.46), sono (rs=0.46) e catastrofização (rs=0.49). Correlações moderadas a boas foram encontradas entre ISC e depressão (rs=0.60), ansiedade (rs=0.59) e stress (rs=0.65). Além disso, foi encontrada uma correlação positiva (rs=0.46) entre o número de locais com dor e a pontuação do ISC. A análise fatorial resultou num modelo de 4 fatores: 1) “distúrbios do sono e sintomas de sensibilidade geral”, 2) “sofrimento emocional”, 3) “sintomas musculares e dores no corpo” e 4) “suporte e sintomas urológicos”.


Conclusões:

O ISC mostrou-se válido e fiável numa amostra de adolescentes da comunidade com dor crónica musculoesquelética.


Palavras-chave:

Inventário de Sensibilização Central; Propriedades Psicométricas; Adolescente

 

Rosa Andias
School of Health Sciences, University of Aveiro, Campus Universitário de Santiago, 3800-193 Aveiro, Portugal
Center for Health Technology and Services Research (CINTESIS), Piso 2, Edifício nascente, Rua Dr. Plácido da Costa, s/n, 4200-450 Porto, Portugal

Anabela G. Silva
School of Health Sciences, University of Aveiro, Campus Universitário de Santiago, 3800-193 Aveiro, Portugal
Center for Health Technology and Services Research (CINTESIS.UA), University of Aveiro, Campus Universitário de Santiago, 3800-193 Aveiro, Portugal

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