#37 - Utilização de medidas padronizadas de resultados pelos fisioterapeutas: perceção das barreiras e dos benefícios

26 October 2021 Fisioterapia & Ensino
Vanessa R. Monteiro Rua·Rui S. Gonçalves

Introdução:

As medidas padronizadas de resultados (MPR) são instrumentos de medição utilizados para mensurar o estado de saúde do doente, assim como a sua mudança ao longo do tempo. A utilização das MPR pelos fisioterapeutas é reconhecida como um padrão de boas práticas clínicas. Assim, torna-se pertinente quantificar a sua utilização em ambiente clínico.

 

Objetivos:

Este estudo teve como objetivo avaliar a utilização de MPR pelos fisioterapeutas e identificar quais as suas perceções sobre os benefícios e as barreiras no uso de MPR que se correlacionam com a utilização ou não das mesmas.

 

Materiais e Métodos:

Realizou-se um estudo observacional de corte transversal, tendo como população alvo os fisioterapeutas com prática clínica. O protocolo de recolha de dados incluiu um questionário online enviado pela Associação Portuguesa de Fisioterapeutas aos seus sócios, tendo por base o questionário elaborado por Jette et al. em 2008.

 

Resultados:

Obtiveram-se 136 questionários válidos. 90,4% (n=123) dos fisioterapeutas referiram utilizar MPR em alguma circunstância da sua prática clínica. Destes, 43,9% (n=54) admitiram usar em mais de 75% dos casos e 17,1% (n=21) usar em menos de 25% dos casos. Apenas 9,6% (n=13) referiram nunca utilizar MPR. Neste estudo, as três principais perceções sobre as barreiras para não usar MPR em ambiente clínico foram: o elevado tempo que demoram a analisar/calcular/pontuar (r=0,380; p≤0,000), requerem um esforço superior comparativamente à importância da sua utilização (r=0,313; p≤0,001) e demorarem muito tempo a preencher pelos doentes (r=0,279; p≤0,005). As três principais perceções dos benefícios que se correlacionaram com o uso de MPR foram: melhorarem a comunicação com entidade pagadora, médicos e outros (r=0,304; p≤0,001), melhorarem a comunicação entre o fisioterapeuta e o doente (r=0,276; p≤0,002), e diminuírem as taxas de recusa da entidade pagadora (r=0,280;p≤0,002).

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