#38 - Lombalgia em adolescentes e fatores de risco relacionados com o estilo de vida: Revisão sistemática da literatura

1 November 2021 Fisioterapia em condições músculo-esqueléticas & Desporto
Eduarda Pereira·Sónia Gonçalves-Lopes

Introdução e Objetivos:

A lombalgia é frequente entre os adolescentes e preocupa toda a comunidade de saúde pelo seu potencial impacto na funcionalidade desta população. As abordagens biomecânicas, que se focam essencialmente em fatores relacionados com funções e estruturas do corpo, têm-se revelado ineficazes com consequente aumento da incapacidade e cronicidade do problema. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores que risco, relacionados com o estilo de vida, associados à lombalgia em adolescentes com base na evidência científica mais atual.


Materiais e Métodos:

Foram utilizadas as orientações PRISMA. Nas bases de dados Scopus, Pubmed e Web of Science foram pesquisados estudos observacionais e de coorte transversais, desde 2009, que analisaram os efeitos dos estilos de vida dos adolescentes com lombalgia, sem condições de saúde associadas. A qualidade dos artigos foi avaliada com escala? Critical appraisal from for quantitative studies? traduzida para português. Foram excluídos os estudos com qualidade inferior a 8.4 pontos para estudos prospetivos e de 7.8 para estudos transversais e retrospetivos.


Resultados:

Foram incluídos 18 estudos, que abordavam os fatores de risco, atividade física (n=12), tabagismo e álcool (n=1), transporte e peso das mochilas (n=8), qualidade e quantidade de sono (n=4), alimentação (n=1) e hábitos posturais (n=11). O tabagismo e álcool, sono e alimentação reúnem consenso na associação com a lombalgia. Nos restantes fatores de risco, os resultados foram inconsistentes. Contudo, embora a atividade física não reúna consenso, 4 estudos revelam que a atividade física moderada pode ser vista como um fator protetor.


Conclusão:

Não existe evidência conclusiva sobre associação dos fatores de risco atividade física, transporte e peso das mochilas e hábitos posturais e a lombalgia na população de adolescentes. Os resultados reforçam a ideia de que a lombalgia é complexa e multidimensional. A intervenção junto destes jovens deve ser centrada na pessoa e os fatores de risco devem ser ponderados individualmente. Os programas de promoção de saúde têm a responsabilidade de não reforçar crenças erróneas e promover estilos de vida saudáveis que diminuem a incapacidade decorrente da lombalgia.


Palavras-chave:

lombalgia; adolescentes; risco; estilo de vida

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