#60 - Desenho dos programas de reabilitação respiratória durante as exacerbações agudas da DPOC: uma revisão sistemática e meta-análise em rede

20 October 2021 Fisioterapia em condições cardio-respiratórias
Ana Machado·Pedro Matos Silva·Vera Afreixo·Cátia Caneiras·Chris Burtin·Alda Marques

Introdução e objetivos:

A reabilitação respiratória (RR) é uma das intervenções mais eficazes na gestão da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) estável. No entanto, o seu papel durante as exacerbações agudas da DPOC (EADPOC) é ainda controverso, nomeadamente devido à grande variedade de desenhos de intervenção utilizados. Esta revisão sistemática sintetizou os diferentes desenhos usados para implementar RR durante as EADPOC e explorou quais os mais eficazes.


Material e Métodos:

Realizou-se uma pesquisa na PubMed, Scopus, Web of Science, EBSCO e Cochrane. Incluíram-se estudos randomizados controlados que compararam RR ou pelo menos uma das suas componentes com o tratamento habitual (farmacológico), ou diferentes componentes da RR. Conduziu-se uma meta-análise em rede no MetaXL 5.3 utilizando uma estrutura de modelação de pares generalizados. Os efeitos combinados gerados (diferença de média ponderada [DMP] ou tamanho do efeito [TE]) e respetivos intervalos de confiança (IC) comparam cada intervenção com o tratamento habitual.

 

Resultados:

Incluíram-se 42 estudos. A maioria dos estudos foram conduzidos no internamento (57%) e iniciaram a intervenção 24-48h após a admissão hospitalar (24%). Exercício (71%), educação e apoio psicossocial (57%) e técnicas respiratórias (55%) foram as componentes mais utilizadas. Os estudos que combinaram exercício com técnicas respiratórias foram os mais eficazes na melhoria da tolerância ao esforço (DMP=-41.06, IC95% [-131.70; 49.58]) e qualidade de vida relacionada com a saúde (DMP=16.07, IC95% [10.29; 21.84]). Os estudos que utilizaram apenas técnicas respiratórias apresentaram resultados superiores na redução da dispneia (DMP=16.07, IC95% [10.29; 21.84]) e duração da hospitalização (TE=0.15, IC95% [-0.28; 0.57]). Encontraram-se poucos e reduzidos efeitos adversos.


Conclusões:

A RR é uma intervenção segura durante as EADPOC. Exercício, técnicas respiratórias e educação e apoio psicossocial parecem ser as componentes essenciais para implementar programas de RR durante as EADPOC. Estudos futuros deverão explorar o melhor momento para iniciar a intervenção, duração e frequência da mesma, e intensidade para a prescrição de exercício.


Palavras-chave:

reabilitação respiratória; exacerbações agudas da DPOC; exercício; educação; higiene brônquica

 

Ana Machado
Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória (Lab3R) da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) & Instituto de Biomedicina (iBiMED) da Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal
Rehabilitation Research Center (REVAL) & Biomedical Research Institute (BIOMED), Hasselt University, Diepenbeek, Bélgica

Pedro Matos Silva
Fisiomato – Clínica de Medicina Física & Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto, Porto, Portugal

Vera Afreixo
Centro de Investigação e Desenvolvimento em Matemática e Aplicações (CIDMA), Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal

Cátia Caneiras
Divisão Médica da Nippon Gases Portugal, Vila Franca de Xira & Laboratório de Investigação em Microbiologia na Saúde Ambiental (EHMicro Lab) do Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB), Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

Chris Burtin
Rehabilitation Research Center (REVAL) & Biomedical Research Institute (BIOMED), Hasselt University, Diepenbeek, Bélgica

Alda Marques
Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória (Lab3R) da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) & Instituto de Biomedicina (iBiMED) da Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal

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