#71 - Programa de intervenção de fisioterapia com dança na funcionalidade do membro superior para mulheres sobreviventes de cancro da mama

25 October 2021 Fisioterapia em condições oncológicas
Paula Pinto Nogueira

Introdução e objetivos:

No âmbito do Mestrado em Fisioterapia no ramo de especialização em fisioterapia na saúde da mulher, na Escola superior das tecnologia da saúde de Lisboa, em 2018/2020 sob a orientação da professora Dra Luisa Pedro da ESTESl e da Professora Dra Vera Amorim Da escola Superior de Dança do IPL, foi elaborado um projeto para conhecer o impacto de um programa de intervenção em fisioterapia, com dança na funcionalidade do membro superior das mulheres mastectomizadas sobreviventes de cancro da mama,   Com o parecer favorável do Conselho de Ética, Nº51 de 2019.
A dança é uma das atividades físicas de baixo impacto mais criativas por meio da arte que proporciona uma melhor adesão às sessões de fisioterapia e ao exercício físico regular por parte dos doentes crónicos com benefícios, não só a nível físico como mental.
Para este estudo foram selecionadas , pela Professora da Escola Superior de Dança doutorada e  especialista em Dança, e pelas Fisioterapeutas, as danças que iam ao encontro dos objetivos funcionais das mulheres sobreviventes de cancro de mama, nomeadamente a funcionalidade do membro superior. 
Escolhemos danças que integravam movimentos dos membros superiores indicados nos tratamentos de fisioterapia, nos limites funcionais de cada paciente.
O objetivo deste programa, baseado nas guidelines da intervenção da fisioterapia para as mulheres mastectomizadas sobreviventes de cancro de mama, foi usar a adaptação das danças tradicionais e históricas para melhorar a resposta cardiorrespiratória e promover o movimento e a funcionalidade do membro superior.


Materiais e Métodos:

Foi feito um  Estudo quasi-experimental, longitudinal, sem grupo de controle.
A avaliação foi realizada através de Questionários de caracterização da amostra e da escala Disabilities of the arm shoulder and hand (DASH), antes e no final do programa de intervenção.
A amostra incluiu um total de 11 mulheres com idades compreendidas entre os 44 e os 67 anos com uma média de 55 anos e desvio padrão de 9, submetidas a mastectomia há mais de 6 meses, que não se encontravam a realizar tratamentos adjuvantes e sem contraindicações para o exercício físico. 
Não foi possível realizar as 12 sessões planeadas, mas apenas 7 sessões, devido ao estado de emergência e confinamento obrigatório durante a pandemia por Coronavírus.
A intervenção foi realizada 1x semana, 60 min, durante 7 semanas.
Foram aplicados os princípios éticos da declaração de Helsínquia.


Resultados:

Os resultados demostraram que houve melhorias na funcionalidade do membro superior, havendo diferenças estatisticamente significativas do DASH do início do programa ou 1º momento de avaliação para o 2º no final das 7 sessões de dança, verificando-se que ocorreu uma diminuição significativa com média avaliação inicial de 33, 43 e média na avaliação final de 24,69.  Na comparação dos dois momentos de avaliação para a mesma amostra, utilizou-se os testes de ajustamento de Shapiro-Wilk, e o teste T de Student ou o teste de Wilcoxon para as duas amostras emparelhadas, para um nível de significância de 0,05%. Todos os cálculos foram feitos com o programa SPSS versão 26.


Conclusões:

Podemos então concluir que o programa de intervenção de fisioterapia com danças tradicionais e históricas, orientadas e escolhidas para esta amostra, para as mulheres mastectomizadas e sobreviventes de cancro da mama, teve um impacto positivo, pode  ser um veículo de terapia, e esse potencial pode ser incrementado quando são traçados objetivos para populações específicas no sentido de uma melhor funcionalidade,  demostrando ser um programa a desenvolver na intervenção da fisioterapia na recuperação funcional destas mulheres.

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