#83 - Comparação do perfil de força isocinética das ações musculares do joelho de corredores de ultra-trail com atletas de diferentes desportos

Introdução:

Os parâmetros isocinéticos são comumente utilizados para avaliar a força e identificar desequilíbrio muscular. Não se conhece nenhum estudo prévio, com avaliação de força isocinética, em corredores ultra-trail (UTR) portugueses.

Objetivo:

Avaliar o perfil isocinético dos extensores de joelho (KE) e flexores de joelho (KF) do UTR masculino em termos de pico de torque (Pτ), torque (τ) do KF em ângulo de Pτ do KE e rácios antagonistas-agonistas convencionais e funcionais calculados com os parâmetros anteriores; e de os comparar com atletas de diferentes desportos (ADS).

Material e Métodos:

Uma amostra de conveniência (n=70) incluiu dois grupos de atletas competitivos: UTR (n=42) e ADS (n=28). As ações musculares recíprocas concêntricas (con) e excêntricas (ecc) dos KE e dos KF foram testadas a 60⁰.s^-1 e 180⁰.s^-1 utilizando um dinamómetro isocinético Biodex System3. O Pτ-baseado em e o ângulo-específico dos parâmetros simples e combinados isocinéticos foram extraídos da avaliação isocinética. A comparação entre os grupos foi realizada utilizando o teste-t para amostras independentes.

Resultados:

O UTR apresentou valores inferiores de τ em todos os parâmetros simples isocinéticos, com significância estatística (p<0,05) em Pτ_KEcon e Pτ_KFcon at 60⁰.s^-1 e para Pτ_KEcon, Pτ_KEecc, Pτ_KFcon, τ_KFcon no ângulo do Pτ_KEcon and τ_KFecc no ângulo do Pτ_KEcon at 180⁰.s^-1. O UTR apresentou valores elevados no rácio funcional de extensão a 60⁰.s^-1 (UTR: 0,81±0,16 vs. ADS: 0,72±0,11; p=0,013) e a 180⁰.s^-1 (UTR: 1,17±0,27 vs. ADS: 1,05±0,19; p=0,040).

Conclusões:

Os UTR foram caracterizados com valores médios absolutos de força isocinética do joelho inferiores aos obtidos pelos ADS. Os UTR foram caracterizados com relações equilibradas de força isocinética do joelho antagonista-agonista. O fisioterapeuta deve ter em conta que existem diferenças no perfil isocinético de acordo com o desporto, mas os quais são potencialmente modificáveis através de um programa de exercício adequado.

Palavras-chave:

Corredores de ultra-trail; rácios; força isocinética

Joana Rosado
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra, Coimbra, Portugal
Universidade de Coimbra, FCDEF, Coimbra, Portugal

João Duarte
Universidade de Coimbra, FCDEF, Coimbra, Portugal
Universidade de Coimbra, CIDAF (uid/dtp/04213/2020), Coimbra, Portugal

Manuel J. Coelho-e-Silva
Universidade de Coimbra, FCDEF, Coimbra, Portugal
Universidade de Coimbra, CIDAF (uid/dtp/04213/2020), Coimbra, Portugal

José Alberto Duarte
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, Portugal
CIAFEL (Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer, Universidade do Porto, Porto, Portugal

Óscar Tavares
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra, Coimbra, Portugal

Rui Soles-Gonçalves
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra, Coimbra, Portugal