II Congresso Nacional de Fisioterapeutas · 1990

“Têm sido sempre o ganhar de um novo fôlego, para prosseguir a caminhada!”

O entusiasmo voltou, como se da primeira vez se tratasse. Juntavam-se braços e querer em torno de um objetivo que tinha nascido há quatro anos. É, também, assim que percebemos que os sonhos crescem quando partilhados e vividos com entusiasmo. 

De 1986 passamos para 1990. O Congresso Nacional de Fisioterapeutas estava de regresso. Regressava também o mesmo propósito: unir os fisioterapeutas. Assim, aconteceu!

“Europa 92: No horizonte do século XXI” foi o tema escolhido para o segundo evento. Nos bastidores, todos os pormenores eram pensados. “Pretendemos com este Congresso demonstrar, de forma inequívoca, o desenvolvimento e afirmação da profissão que escolhemos. Mas desejamos, também, equacionar o impacto que a integração europeia terá nesse mesmo desenvolvimento”, escrevia Raul Oliveira, presidente da Comissão Organizadora, no Jornal que dava “voz” ao evento. Eram 30 anos de uma atividade que, embora jovem, estava “pronta a enfrentar os desafios de futuro”.  

Também o fisioterapeuta António Lopes não “despiu” a camisola que abraçou em 1986. Hoje, olha para o passado, acreditando sempre no futuro: “Sou um homem de esperança renovada, pelo que, apesar das memórias de cada um deles, o próximo congresso será sempre o melhor e mais marcante. Contudo, olhando para trás, acho que o 2º Congresso foi decisivo para a caminhada que se lhe seguiu. Não foi fácil ultrapassar os 4 anos que mediaram entre esses dois primeiros eventos, mas, por outro lado, havia muita esperança. A “Europa” já não era só um “horizonte” e adivinhava-se uma década de grandes mudanças, em que a integração no ensino superior, e a consequente alteração do estatuto profissional estavam eminentes”.

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Marcos históricos

Com António Lopes percebemos que o futuro começa hoje. A luta é diária em prol de uma profissão que se ama. “Os congressos são marcos históricos de desenvolvimento, no plano interno da profissão, mas são também uma oportunidade para dar visibilidade externa, a nível da sociedade, ao desenvolvimento alcançado e para sinalizar o contributo que podemos dar para a prestação de melhores cuidados de saúde”, testemunha. Já no plano individual são: “sempre uma experiência muito enriquecedora e um estímulo a prosseguir uma aposta de desenvolvimento. Acabamos por ficar a saber que há muito mais colegas a fazerem projetos inovadores e a terem iniciativas credíveis, que nos enchem de orgulho de por ter escolhido esta profissão”.

“Têm sido sempre o ganhar de um novo fôlego, para prosseguir a caminhada!”. Disse António Lopes. Dizem, certamente, outras centenas de fisioterapeutas que diariamente procuram dar o seu melhor.

Se em 1986, 330 participantes enchiam uma das salas da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1990, 550 homens e mulheres mostravam, fortemente, a união da profissão, no Hotel Penta, em Lisboa, nos dias 1, 2 e 3 de novembro. “Foram três dias de grande partilha. Recordo-os como se tivessem sido ontem. À semelhança da primeira edição, e com a prata da casa, organizamos eventos para juntar algum dinheiro. Tivemos um jornalista a trabalhar connosco, que produzia um jornal diário. Conseguimos, no meio de tanta despesa, ainda trazer colegas estrangeiros”, relembra Raul Oliveira.

Também Isabel de Sousa Guerra partilha do mesmo entusiasmo, nas recordações que a “transportam” até novembro de 1990. “Havia cansaço sim, mas a vontade de fazer mais e mais era maior do que tudo o resto. Acreditamos numa profissão que une, que experiencia, que partilha… Juntos somos capazes, mais fortes. Os congressos têm sido uma grande prova”.

“O futuro é a nossa oportunidade”. Lê-se no cartaz com 27 anos. Que nunca deixe de o ser!

 


 

Data: 1, 2 e 3 de novembro, de 1990
Local: Hotel Penta, Lisboa
Tema do Congresso: Europa 92: No horizonte do século XXI
Número de participantes: 550
Presidente da Comissão Organizadora: Raul Oliveira

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